21 agosto 2006

Xou, xou

Enxaqueca e dores de dentes.
São muito mal vindas.
Este mês começei a tomar a pílula Cerazette (própria para quem amamenta), mas um dos efeitos adversos são enxaquecas, que não me querem largar. Já tive que tomar um ben-u-ron.
Até estava irritada por causa da enxaqueca.
As dores de dentes já se fazem sentir (penso que será porque tenho dentes muito estragados, também devido às gravidezes e amamentação).
Ainda não são dores fortes. Vai dando para indo aguentando, mas que chateia, chateia.
São pequenos axaques que nos vai tirando graça à vida. Deixa-nos sem paciência para apreciar o que a vida tem de bom.
Estou à espera de ser chamada para tratar os dentes na consulta externa do hospital.
Estou com medo, pois os dentes estão mesmo muito detiorados, mas tenho que arranjar a boca para ficar em condições de poder comer.
E não vale a pena andarmos a sofrer.

05 agosto 2006

Relato do parto

No dia 21 de Junho estava para dar entrada na maternidade para provocarem o parto.
Já estava com 40 semanas + 5 dias.
Nessa mesma madrugada começaram as contracções de hora a hora. Por volta das 6 já estavam de 15 em 15 minutos. Pelas 9 mais ou menos já eram de 10 em 10 minutos. Andava na sala de um lado para o outro, pois o meu sogro tinha ficado de me vir buscar pelas 9 horas para me levar para a maternidade.
Assim que vinha uma contracção tinha que parar de andar, e encostava-me à parede até ela passar. Nem sei o tempo que ela durava.
Como o Marco António estava a ficar de noite em casa dos avós, demoram para chegar, pois esperaram para o pequenito acordar.
Já era perto das 10 horas quando saimos de casa.
Cheguei à maternidade pelas 10,15 mais ou menos.
Pelo caminho ainda tive algumas contracções.
O meu obstetra quando me examinou já eu tinha 2 a 3 dedos de dilatação.
Fizeram-me a depilação e clister.
Com o clister tive um acidente. Estava sentada a responder às perguntas para o internamente quando veio uma vontade súbita e urgente de ir ao WC.
Que vergonha que eu passei! Não consegui chegar ao WC a tempo, sujei tudo.
Lá chamei pela enfermeira e disse o que me tinha acontecido. Pedi para ir tomar um duche.
Deram-me a bata de internamente e toalha para o duche.
Depois fui para a sala de dilatação fazer o CTG.
Já acusava algumas contracções.
O obstetra deu instruções para a parteira não me dar occitina por causa do mioma.
Disse esse parto vai-se desenrolar tudo ao natural, nada de pressas.
Recomendou para eu passear no corredor para ajudar a provocar a dilatação.
Por volta das 16 horas fui deitar-me um pouco e chegaram as contracções em força.
A parteira senti-me a assoprar e veio ver a minha dilatação. Já estava com 4 dedos.
Disse já está assim tanto rápido em trabalho de parto e não nos chamavas?
Pedi para avisarem o meu marido quando fosse para o Júlio nascer pois queria que ele assistisse ao parto.
Que bom que é ter o nosso marido ali do nosso lado quando vem uma contracção em força. Só fechava os olhos e apertava-lhe na mão.
Para o fim disse tenho que gritar, já estão muito fortes.
Mas ao chegar aos 8 dedos a dilatação parou.
Senti mesmo como se as minhas entranhas estivessem se abrindo, a esgaçar-se.
Aos 6 dedos de dilatação senti com uma contracção as águas a arrebentarem.
Chamei a parteira que confirmou que eram mesmo as águas que tinham rebentado.
Aos 8 dedos a parteira dava-me instruções para experimentar a fazer força. Disse para eu agarrar nas minhas pernas e inclinar-me para a frente para ver o meu filho a nascer.
Mas não conseguia fazer a força suficiente e mesmo a dilatação parou.
Colocaram occitina no soro, mas continuava sem fazer efeito. Lá voltaram a colocar occitina mais forte. Aí sim vieram as contracções em força.
Desta vez os toque doeram-me. Até que numa das vezes o obstetra até pediu desculpa por eu ter soltado um ai.
Não havia jeito de conseguir fazer a devida força. O obstetra perguntou se eu tinha esvaziado a bexiga. Ele disse tens a bexiga cheia e pediu para trazerem uma arrastadeira.
Meteram-me uma algália para esvaziar a bexiga.
Depois levaram-me para a sala de partos.
Fiz força por 3 ou 4 vezes.
O obstetra só dizia: Ana está quase. É desta vez que vais conseguir.
Por fim fiz força com todas as forças que consegui, tendo que me abastrair da dor que estava sentido do meu filhote a aflorar. Fechei os olhos pois assim é que me consegui concentrar em fazer a devida força.
Ouvi o ostetra dizer: Que cabelo escuro! Ana continua a fazer força.
Senti a cabecinha dele sair. Vi o cabelinho dele escuro.
Mas a dor estava sendo mais forte. Tremia a fazer a força.
Senti o obstetra a fazer o corte da episitomia. Senti como se o obstetra me estivesse abrindo para ajudar o Júlio a nascer.
Nisto vejo o meu Júlio sair.
O obstetra ao amparar neste mundo, disse: Júlio o grande.
Eram 18,22.
Colocou-o em cima de mim.
Dei-lhe um beijinho numa mãozinha, depois na testa e outra vez na mãozinha. Este último beijinho foi dado a pedido da Mariazinha (na véspera dele nascer tinha estado a falar com ela no msn e ela disse para eu lhe dar um beijinho quando ele nascesse). "Amiga espero que esteja tudo bem contigo"
Ali mesmo Júlinho mamou pela 1ª vez.
Foi um pouquinho ao colo do papai.
Só depois é que o foram limpar e cortar o cordão umbilical, mas o obstetra ao pegar nele achou-o frio e colocou-o no berçinho quentinho.
Quando cortaram-lhe o cordão umbilical, soltou o seu 1º choro. E que choro bem forte. Depois ninguém o parava de chorar.
O pai disse: Este é mais parecido contigo.
Na sala de partos comentavam a farta cabeleira que o Júlio César tinha.
Enquanto tratavam de limpar o Júlinho e vestir, a parteira ia-me costurando. Esguicharam-me anestesia que senti arder.
Mas mal senti os pontos. Levei 4 pontos por fora e 2 por dentro.
O obstetra ia fazendo-me perguntas nesse entretando.
Então foi aí que soube, que o Júlio tinha nascido com uma circular à volta do pescoço e que ele não tinha rodado os ombros ao nascer. (Deve ter sido por isso que senti como se o obstetra estivesse-me abrindo para ajudar o Júlio a nascer).
Peso ao nascer: 4,075 Kg.
Bem que eu dizia que ia ter um bébé grande, ao tamanhão da barriga que tinha.
Índice de Apgar ao 1º minuto: 9
Ao 5º minuto:10
Senti a planceta a sair, senti mesmo como um puxão.
A parteira mostrou-me a casinha do Júlio.
Parece incrível como é que um bébé cabe dentro daquele espaço pequeno.
Que alívio que senti depois do meu filhote ter nascido!
Depois fiquei 2 horas do lado de fora da sala de partos, com o meu bébé. O papai esteve connosco enquanto durou a hora da vezita da noite, pois as vezitas são das 18:30 às 19:00.
Levaram-me então para o quarto nº 10, cama nº 1.
O Júlinho na maternidade era conhecido por : Júlio, o grande.
Só foi medido no dia em que tivemos alta. Tinha 53 cm.
A minha companheira de quarto foi uma jovem mãe de 18 anos da ilha Graciosa.
O filhote dela tinha nascido da parte da manhã, e era conhecido na maternidade por : Rodrigo, o loiro.
O bébé parecia um boneco de caixa, muito loirinho, russo.
Achei engraçada a coencidência pois aquando o nascimento do Marco António fiquei também no quarto com uma jovem mãe de 18 anos, também da ilha Graciosa.
O obstetra comentava com o outro pessoal médico que eu tinha tido um parto tudo ao natural como as mulheres antigas.
A obstetra que tive na gravidez do Marco António e que me fez as ecografias gabava-me de eu ser uma mulher de coragem por aos 41 anos ter tido mais um filho.
Quando acabei de ter os meus filhos disse que não queria ter mais filhos, mas hoje sabendo que a nossa vida poderá melhorar quem sabe se desta vez virá a Diana Sofia?
Enganam-se se estão pensando que quero ter já outro bébé.
Desta vez estou tomando a pílula própria para quem amamenta.
No dia 14 de Setembro terei a minha consulta de revissão de parto, vamos a ver se não há nenhum incoveniente de tomar esta pílula dado o meu histórico clínico.
Só passado um mês e meio é que consegui vir relatar o parto, pois só mesmo com os tesourinhos a dormir é que posso ter uma folga.

Selinhos